Com investimento em tecnologia e inteligência, apreensões de cocaína aumentaram 82% em MS. Saiba mais.

Resultado dos investimentos feitos pelo Governo do Estado em infraestrutura, tecnologia e inteligência, as apreensões de cocaína em Mato Grosso do Sul aumentaram expressivamente no comparativo entre 2021 e 2022, totalizando um crescimento de 82% entre os dois períodos, de acordo com o levantamento da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

Em 2021 foram apreendidas 6,1 toneladas de cocaína em todo Estado. Já em 2022 a quantidade quase duplicou, saltando para 11,2 toneladas. A apreensão de pasta base também foi maior, conforme o relatório apresentado pela Sejusp. De 1,8 tonelada em 2021, cresceu para 5,4 toneladas no ano seguinte. O montante representa apreensões realizadas por todas as forças estaduais de segurança.

Diretor do DOF, coronel Wagner Ferreira

“O aumento ou a diminuição das apreensões estão diretamente ligados ao movimento do crime organizado. O investimento feito na inteligência, na infraestrutura e também na tecnologia das policias resulta nas grandes quantidades de apreensões de drogas. E o trabalho do núcleo de inteligência é fundamental para entender a dinâmica do tráfico, que muda constantemente. A aquisição de viaturas, uniformes, armamento permite que façamos um bom trabalho”, explica o coronel Wagner Ferreira da Silva, diretor do DOF (Departamento de Operações de Fronteira).

Conforme o coronel Wagner, o investimento financeiro proporciona resultados positivos no combate ao tráfico. “Há algum tempo tivemos um movimento do crime organizado e a cocaína boliviana que entrava no País por terra passou a chegar por uma rota aérea. Os novos radares de controle aéreo, ao custo de mais de R$ 120 milhões, instalados no Estado em pontos estratégicos, fizeram com que as apreensões aumentassem e muitas cargas e aeronaves foram interceptadas”.

Estes radares aéreos – dois deles implantados na região de fronteira com o Paraguai (Ponta Porã e Porto Murtinho) e um na região de fronteira com a Bolívia (Corumbá) – fizeram com que o modus operandi das organizações criminosas deixa-se de ser vantajoso, forçando a volta do tráfico para as estradas estaduais.

Comandante do BPMRv, tenente-coronel Wilmar Fernandes

E para acompanhar a dinâmica deste crime, seja com o DOF, atuante na região de fronteira, ou nas estradas estaduais, fiscalizadas pelo Batalhão de Polícia Militar Rodoviária (BPMRv), o trabalho da inteligência é o ponto principal. “O trabalho desenvolvido pela inteligência é primordial. É através dele que recebemos as informações e conseguimos fazer as interceptações”, afirmou o comandante do BPMRv, Tenente-Coronel Wilmar Fernandes.

Outro ponto chave para o coronel Wilmar é o preparo do efetivo, que segundo ele é fator decisivo para o montante de drogas apreendidas nas estradas.  “O preparo constante dos policiais e as instruções habituais recebidas por eles aperfeiçoam o trabalho desenvolvido pela equipe”, salientou.

Capital

Dados da Sejusp apontam também o aumento de apreensões de cocaína em Campo Grande. Conforme a Secretaria de Segurança foram apreendidas 2,5 toneladas da droga em 2021 e 6,1 toneladas em 2022, um crescimento de 97%. A Capital tem sido um entreposto do tráfico da cocaína vinda da Bolívia. Para o delegado titular da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), Hoffman D’ávila, os esforços policiais conjuntos conseguem gerar a repressão permanente do crime organizado.

Titular da Denar, delegado Hoffman D’ávila

“A Capital tem sido rota da cocaína, que depois é pulverizada tanto para a Capital, quanto para outras cidades do país. O esforço conjunto das forças policiais tem contribuído para o resultado de grandes apreensões da droga, tanto do Estado, como em Campo Grande”, afirmou.

Toda droga (cocaína, maconha, pasta base, entre outras) aprendida em Campo Grande é levada para a Denar – delegacia que combate, além do tráfico doméstico – responsável por fomentar outros crimes -, o tráfico interestadual.  “A cocaína que passa por Campo Grande é distribuída para São Paulo, Paraná, Goiás, Mato Grosso, entre outros estados.  A droga é cara e um quilo pode custar R$ 25 mil em Campo Grande. Esse valor duplica quando chega em outras capitais”, explicou o delegado.

O secretário de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, afirma que o aumento de apreensões resulta do investimento em pessoal e qualificação. “Constantes treinamentos, capacitações e treinamentos, por isso reafirmamos o nosso compromisso de valorizar os nossos homens e mulheres que nos projetam como um dos melhores e mais seguros estados do país”.

Secretário de Segurança, Antonio Carlos Videira

Luciana Brazil, Sejusp
Fotos: Divulgação/Sejusp