Em um discurso carregado de emoção durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Sidrolândia, o vereador Otacir (Gringo) compartilhou a força e o impacto de sua participação na COP30, realizada em Belém do Pará. Representando o Pantanal e o povo indígena de Mato Grosso do Sul, Otacir levou ao cenário global as dores, desafios e esperanças de milhares de famílias indígenas do estado.
O parlamentar destacou que esta edição da COP registrou a maior participação indígena da história: mais de 3.500 indígenas, de 304 etnias, falando 274 línguas. Para Otacir, foi um marco poder mostrar ao mundo que o MS abriga a terceira maior população indígena do Brasil, rica em cultura, diversidade e saberes tradicionais.
Sem fugir da realidade, o vereador trouxe à tona temas sensíveis, como conflitos fundiários, violência, disputas históricas e mortes de lideranças. “Ninguém precisa morrer pra gente poder estar bem”, afirmou. Segundo ele, o caminho precisa ser construído com diálogo e maturidade. “Sempre fui uma pessoa pacífica, nunca compactuei com crimes ou conflitos. Sempre busquei contornar problemas e nunca causa-los . O mundo está na beira de uma guerra, e eu não quero ser alguém que traga mais conflitos.”
Otacir emocionou ao destacar que a busca pelo entendimento e pela união também faz parte do trabalho local, em Sidrolândia. O vereador citou a relação de respeito construída com o prefeito do município Rodrigo Basso, mostrando que, mesmo com origens, trajetórias ou visões diferentes, é possível trabalhar juntos pelo bem do povo.
“Um presidente indígena e um prefeito do agronegócio talvez não dessem liga na visão da sociedade. Mas aqui em Sidrolândia nós mostramos o contrário. Sentamos, conversamos e eu disse: prefeito, eu quero te ajudar. Atrapalhar jamais. É assim que mostramos que o trabalho sendo índio, negro ou qualquer um precisa unificar forças em favor do município.”
Otacir agradeceu ao prefeito por apoiar sua ida à COP30 e reforçou seu compromisso de continuar sendo elo, defensor da paz e representante legítimo das comunidades indígenas e de todo o povo sidrolandense.
Com sua fala, o vereador Gringo deixou claro: quando Sidrolândia escolhe o caminho da união, da escuta e da responsabilidade, todos ganham do campo à aldeia, da cidade ao mundo.
Por: Redação
